A teleoptometria é uma solução moderna, segura e conveniente, que tem gerado bastante debate no setor ótico.
Esta prática tem como foco aproximar a saúde visual de todos, podendo incluir ações de promoção da saúde visual, prevenção, educação, orientação no diagnóstico, acompanhamento clínico e indicações de reabilitação visual.
No fundo, o grande objetivo da teleoptometria é melhorar a comunicação entre o optometrista e o paciente, quando não é possível uma consulta presencial.
Continue a ler para saber quais são os cinco mitos associados à teleoptometria!
“A teleoptometria substitui totalmente a consulta presencial”
A teleoptometria não tem como objetivo substituir o atendimento presencial, mas sim complementá-lo. Este tipo de atendimento é ideal para avaliações iniciais, triagem, consultas de seguimento e monitorização de condições crónicas.
Alguns estudos mostram que muitos testes, como a refração e a avaliação por vídeo, podem ser feitos remotamente, no entanto, os exames que exigem julgamento clínico ou intervenção direta devem manter a sua componente presencial.
“A teleoptometria não é segura”
Estudos indicam que a teleoptometria é um complemento importante aos cuidados presenciais, no entanto depende da forma como é implementada.
Quando conduzida por profissioniais credenciados, com a tecnologia adequada, através de uma triagem rigorosa de cada caso, com padrões éticos e protocolos claros de seguimento quando for necessário exame presencial, a teleoptometria é segura e fiável.
Quando estas condições são satisfeitas, a teleoptometria permite que zonas remotas ou de menor acessibilidade tenham acesso cuidados de saúde visual, sem sacrificar a segurança.
“Os resultados na teleoptometria não são fiáveis”
A fiabilidade dos resultados da teleoptometria depende da tecnologia utilizada, como as câmaras, o software interpretativo, os sensores, bem como a conectividade online entre o paciente e o optometrista. Algumas plataformas teleoptométricas têm demonstrado resultados semelhantes aos de exames presenciais, especialmente em contextos controlados.
Num estudo-piloto, em 2023, identificou-se que a satisfação dos pacientes através dos exames por teleconsultas foi estatisticamente comparável à satisfação com exames presenciais, sem diferença significativa nos índices de qualidade percebida.
Contudo, limitações como a falta de conectividade à Internet ou equipamentos inadequados podem comprometer a fiabilidade dos exames. É por isso que o modelo mais seguro combina a teleoptometria com avaliações presenciais, quando necessário.
“A teleoptometria é complicada para o paciente”
Hoje, a maioria das plataformas de teleoptometria foi redesenhada para ser intuitiva: basta um smartphone, computador ou tablet com acesso à Internet.
O paciente interage com o profissional via vídeo ou telemóvel, pode partilhar imagens ou relatórios anteriores e responder a questionários do médico, enquanto recebe orientações, tudo de forma simples e responsiva.
Muitos sistemas incorporam ainda suporte técnico durante a consulta para auxiliar utilizadores menos familiarizados com a tecnologia.
“A teleopmetria só serve em situações de emergência”
A teleoptometria tem uma aplicação muito ampla. Desde consultas de seguimento, monitorização de doenças visuais crónicas, discutir sintomas, orientar sobre o uso de lentes, higienização, ergonomia digital e até alertar para sinais que possam requerer a deslocação urgente à ótica.
Em regiões rurais ou até a pacientes com dificuldades de deslocação, a teleoptometria garante um acompanhamento inicial e contínuo, e ajuda a reduzir atrasos e agravamentos nos diagnósticos.
A teleoptometria é um aliado que não só veio fortalecer a relação entre o profissional e o paciente, como também veio complementar as consultas presenciais. Mais do que uma alternativa tecnológica, esta prática torna o acompanhamento clínico mais simples, próximo e contínuo, mesmo quando a consulta presencial não é possível.
A teleoptometria relembra o setor do que realmente importa: garantir que cada pessoa tenha acesso à saúde visual sem barreiras.