Durante a infância existem vários problemas de visão que podem passar despercebidos aos olhos dos pais, principalmente por se tornar difícil para a criança expressar o que está a sentir. Não sendo identificados os problemas visuais, estes podem comprometer a maneira como a criança perceciona o mundo e ainda influenciar as suas capacidades, principalmente ao nível do seu desempenho escolar e da sua interação interpessoal.
Mesmo em fases mais precoces no desenvolvimento da criança, existem alguns sintomas a que pode estar atento e, que através do diagnóstico correto de um profissional de saúde ocular, poderão mais rapidamente ser identificados e tratados. Descubra agora com a CECOP alguns dos problemas visuais mais comuns na infância e, principalmente, aprenda a identificá-los. Vamos lá!
Os problemas de visão mais comuns
Tal como já referimos acima, certos problemas da visão podem afetar as várias esferas da vida de uma criança, comprometendo o seu bem-estar e desenvolvimento. A verdade é que alguns problemas mais comuns, como por exemplo a miopia e a hipermetropia, são geralmente transmitidos geneticamente, por pais que também apresentam essa dificuldade visual. Revelamos-lhe neste artigo os 5 problemas da visão que mais poderão ocorrer durante a infância.
Astigmatismo
O astigmatismo trata-se de um erro refrativo, habitualmente associado a uma irregularidade na curvatura da córnea, que provoca uma visão desfocada, tanto ao longe como ao perto. As crianças que apresentam este problema normalmente sentem mais sensibilidade à luz, podendo também ter vertigens ou dores de cabeça em ambientes com muita luminosidade.
Se detetado em fase inicial, este problema poderá ser corrigido com a utilização de óculos graduados, através de um acompanhamento médico regular.
Hipermetropia
A hipermetropia carateriza-se pela dificuldade em focar a imagem ao perto, podendo também afetar a visão ao longe em caso de um grau mais elevado de dioptrias. Este problema faz com que a criança esforce a sua visão, causando dores de cabeça, bem como pestanejar e lacrimejar frequentes. O pré-diagnóstico pode ser feito pelos pais ao notarem que a criança faz um esforço maior para fazer as suas tarefas escolares ou para escrever de forma legível.
A hipermetropia tem tendência a reduzir caso a criança seja acompanhada o mais rápido possível por um especialista da visão, capaz de receitar o uso de óculos adequados ao problema.
Miopia
No caso de miopia, é justamente o contrário da hipermetropia, há uma redução da qualidade da visão ao longe, devido a um erro refrativo da formação da imagem antes da retina. Um dos sinais mais visíveis nas crianças é na escola, a necessidade de sentar mais à frente para conseguir visualizar o quadro, ou então trocar letras que têm formatos parecidos.
Tanto nos casos de miopia como de hipermetropia, há erros de refração da luz e do foco da imagem, que podem ter ocorrido tanto por mal formação, como por alterações na córnea e no cristalino.
Estrabismo
O estrabismo manifesta-se normalmente nos primeiros meses de vida da criança e consiste numa alteração nos centros de controlo dos movimentos oculares que existem no cérebro, que garantem a movimentação correta dos olhos. Neste caso ocorre o desalinhamento ocular, apontando cada olho para uma direção diferente, sendo o desvio normal até aos 6 meses de idade e anormal após esse período.
Este problema pode ser tratado através da utilização de óculos, da injeção de toxina botulínica ou cirurgia. Está também associado, muitas vezes, ao problema da ambliopia, a baixa visão de um dos olhos, que iremos explicar já de seguida.
Ambliopia
A ambliopia, mais conhecida por “olho preguiçoso”, é um problema ocular menos reconhecido em relação aos restantes, e trata-se da diminuição da visão de um ou dos dois olhos. O surgimento deve-se ao cérebro não reconhecer a imagem menos nítida do “olho mau”, favorecendo o outro olho que tem a melhor visão, podendo bloquear a imagem enviada pelo olho que vê pior, tornando-o “preguiçoso”.
Quando não é tratada em idade precoce, idealmente até aos 2 anos de idade, a ambliopia pode estender-se à idade adulta, sendo o tratamento mais eficaz tapar o olho que possui melhor visão (menos dioptrias), para que o outro eventualmente se corrija.
Pais atentos é crucial
Quanto mais de tenra idade são as crianças, mas difícil se torna detetar possíveis problemas de visão. Estar atento a alguns sinais pode ajudar. A CECOP apresenta-lhe aqui certos sintomas que poderão indicar que a sua criança poderá ter alguma perturbação visual:
- Desempenho escolar abaixo do normal, devido a uma maior dificuldade em visualizar os conteúdos e em realizar as tarefas escolares
- Aproximar muito o olhar dos ecrãs ou inclinar muito a cabeça para o lado
- Na leitura aproximar muito os olhos do livro e saltar linhas na leitura
- Coçar muito os olhos
- Extrema sensibilidade à luz
- Lacrimejar constante
- Dor de cabeça e nos olhos